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Gerenciamento de risco nas transportadoras, como fazer?

O gerenciamento de risco nas transportadoras de carga tem a responsabilidade de prever alterações em todas as etapas... Leia mais.

O gerenciamento de risco nas transportadoras de carga tem a responsabilidade de prever alterações em todas as etapas de uma operação. Com isso, é possível desenvolver ações que podem eliminar falhas e/ou corrigir os danos causados por elas.

O porquê desse gerenciamento de risco nas transportadoras se dá pela diversidade de riscos que podem surgir no decorrer de uma entrega, como danos à carga, problemas mecânicos com os veículos, roubo de mercadorias e até mesmo atraso nas entregas.

Logo, a capacidade de gerar valor é colocada à prova por causa dessas incertezas, o que impacta na satisfação dos clientes, empresas e/ou consumidor final. Quer aprender mais sobre gestão de risco? Então continue lendo este artigo!

O que é gerenciamento de risco no transporte de carga?

O gerenciamento de risco nas transportadoras é basicamente um processo de planejamento, organização e controle com o propósito de diminuir as ameaças e danos envolvidos nesse setor logístico.

É fato que os custos e esforços dedicados à prevenção de prejuízos são mais eficazes do que a manutenção, mas nem sempre há como evitá-los por diversos fatores que fogem do controle de transportadoras, indústrias, distribuidoras e e-commerce.

Por esse motivo, esse tipo de gestão atua administrando toda cadeia de movimentação, passando pelo transporte, distribuição e armazenamento das cargas, atuando de forma preventiva e corretiva.

Quais são os principais riscos no transporte de carga?

É importante saber que os processos logísticos podem sofrer diversos riscos, mas existem alguns mais suscetíveis nesse meio.

Também vale ressaltar que nem todos os riscos podem ser gerenciados pela empresa responsável pelo transporte ou pelo motorista, já que muitas coisas podem fugir do controle desses dois agentes. Confira a seguir os principais.

1. Falta de manutenção dos veículos

A ausência de uma gestão de frota pode causar prejuízos durante o transporte da mercadoria. Pois, é nessa gestão específica que é possível fazer manutenções preventivas, como alinhamento de pneus e demais peças, por exemplo, para evitar acidentes nas estradas e desgaste mais rápido do veículo.

2. Roubo de cargas

De acordo com dados da NTC&Logística, o roubo de mercadorias no Brasil caiu 23% no ano de 2020, se comparado ao período anterior de 2019 (de 18.382 caiu para 14.159 ocorrências). Ainda assim, os prejuízos para as empresas são enormes, uma vez que chegam a somar 1,2 bilhões de reais.

Por fatos como esse, podemos dizer que o roubo de cargas é um dos principais alertas no gerenciamento de risco para as transportadoras e ainda mais os embarcadores da mercadoria.

3. Apreensões de carga e multas

Outro risco comum no transporte de cargas são as irregularidades fiscais que geram multas e até apreensão da mercadoria.

Isso porque existem alguns documentos fiscais de transporte cujas emissões são obrigatórias para seguir viagem com a mercadoria. São códigos e documentos como:

  • CIOT – a empresa (embarcadora ou transportadora) que contrata serviço de um transportador autônomo deve emitir o Código Identificador da Operação de Transporte para regularizar o pagamento de frete. Vale lembrar que em breve, essa obrigatoriedade também será aplicada às transportadoras.
  • CTe – o Conhecimento de Transporte eletrônico é obrigatório para transportadoras, uma vez que ele registra o serviço de frete contratado e sua emissão deve ser feita em cada operação de transporte.
  • MDFe – já o Manifesto de Carga eletrônico deve ser emitido nos deslocamentos realizados por transportadoras e por empresas que transportam carga própria, cujo objetivo é registrar o transporte de cargas. Vale lembrar que é durante a emissão do MDFe que a numeração do CIOT é inserida no documento.

4. Atrasos na entrega

A entrega atrasada é um dos principais pontos do gerenciamento de risco nas transportadoras. Mesmo que o problema seja gerenciado, a avaliação do cliente sobre a mercadoria que estourou o prazo impacta diretamente na reputação da empresa.

5. Estradas ruins

Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte, após analisar mais de 108 mil quilômetros de rodovias brasileiras, foi constatado que 52% dessas estradas necessitam de melhorias, tanto de pavimentação quanto de sinalização.

Esse é um risco que gera outros problemas, como desgaste mais rápidos dos veículos, danos às mercadorias e principalmente, acidentes nas estradas.

6. Acidentes nas rodovias

Períodos de descanso mal feitos pelos motoristas, más condições dos veículos, imprudências na direção e rodovias mal sinalizadas e pavimentadas são perigosos causadores de diversos acidentes graves durante o transporte de cargas.

Qual a importância da gestão de risco no transporte de carga?

Diante dos principais problemas citados anteriormente, é possível concluir que, quando bem realizada, a gestão de risco vai além de impactar no serviço das entregas e no estado da mercadoria ao chegar no destinatário.

Ela tem a capacidade de melhorar a experiência e satisfação do cliente com esse produto e evitar diversos prejuízos fiscais, financeiros e de saúde, quando se trata do motorista.

Na verdade, há uma série de razões para incluir esse procedimento na gestão de transporte de mercadorias. Veja abaixo em quais áreas do transporte é possível implantar!

Mercadorias

Com o gerenciamento de riscos nas transportadoras é possível evitar erros básicos como a ausência ou equívocos na documentação fiscal, que acaba fazendo com que a carga seja multada em fiscalizações ao chegar em paradas obrigatórias ou, até mesmo, que a entrega seja apreendida pelas autoridades.

Veículos

A carga sempre deve ser adequada ao veículo, considerando o peso e as dimensões. Além disso, as condições dos veículos devem ser inspecionadas e vale manter um programa eficiente de manutenção preventiva.

Motoristas

Já vimos que os motoristas são profissionais expostos a assaltos, acidentes de trânsito e outros imprevistos no decorrer das entregas.

Além desses motivos e por também conduzirem veículos com mercadorias muitas vezes valiosas nos compartimentos de carga, é importante que tenham experiência e certificações específicas, assim como possuem seus direitos garantidos de acordo com sua categoria na lei do trabalho.

Processos

Todo transporte de mercadorias é realizado através de processos, tanto de quem contrata um serviço de frete quanto de quem o realiza. Por isso, o gerenciamento de risco também deve estar presente na gestão de transporte desses dois agentes para garantir bom desempenho em ambas operações.

Como fazer gerenciamento de risco e reduzi-los nas operações

É possível implantar diversas estratégias que contemplem medidas de gerenciamento de risco ao longo de todos os processos do transporte de cargas. Entretanto, em todas elas, é importante dedicação para ter um planejamento mais assertivo.

1. Planeje suas rotas de entrega

Faça uma lista de problemas que podem acontecer no decorrer da entrega, tomando como base ocorrências sobre o caminho da rota e inclua no seu gerenciamento.

Por exemplo, você pode pesquisar se em determinada rodovia ocorrem acidentes ou bastante roubo de carga, avarias ou extravios e incluir nesta listagem para determinar alternativas que possam diminuir ou eliminar esses acontecimentos.

Para facilitar essa tarefa, é possível incluir um sistema de roteirização no transporte das mercadorias. Com um roteirizador inteligente, você planeja as rotas de entrega considerando diversos fatores, como os horários e prioridades dos clientes, tipo da carga e do veículo, trânsito da região, periculosidade do trajeto e muito mais.

2. Recrute as pessoas certas

Selecione colaboradores com experiência, utilizando medidas como testes psicológicos e práticos. Após a contratação, ofereça treinamentos e atualizações constantes para tornar o motorista cada vez mais estável e com a saúde em dia para não gerar acidentes.

Também é importante que ele tenha os seus direitos de trabalho garantidos. Além disso, ele deve estar com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) regularizada e não ter pontos por infrações.

3. Contrate bons fornecedores logísticos

No processo logístico terceirizado (3PL), a contratação de boas transportadoras é essencial para garantir que ela ofereça todo aparato durante o frete da mercadoria. Em um relacionamento saudável entre embarcador e transportador, os dois lados ganham.

Ao prestar um bom serviço de transporte, a transportadora fideliza seus clientes, é bem recomendada no mercado e diminui divergências com o contratante, além de evitar mau desempenho nas vendas.

Já a empresa embarcadora também ganha pontos com os seus clientes pela qualidade do serviço de entrega, obtém impacto positivo em seu ciclo de vendas e garante bons KPIs (Indicadores-Chaves de Desempenho) no seu setor logístico.

4. Gerencie sua frota de veículos

Gerenciar a manutenção dos veículos envolve diversos pontos que contribuem para um transporte de carga bem realizado, seguro e com baixa probabilidade de riscos evitáveis.

Isso porque a gestão de veículos é a atividade do setor de transporte responsável por controlar toda manutenção preventiva e corretiva da frota, gerenciar os documentos dos caminhões e motoristas, fazer o controle de abastecimento e gerir multas e despesas dessa área.

5. Contrate um seguro de carga

As empresas que não contratam uma seguradora para suas mercadorias sofrem com prejuízos financeiros maiores do que o valor do seguro para acidentes e roubos. 

O motivo se dá não apenas pela perda da carga, mas também pela indenização aos clientes que fizeram a determinada compra. Por isso o seguro de transporte é sempre um bom investimento.

E no caso da transportadora cujo contratante do serviço não possui um seguro de carga, é possível que ela mesma contrate uma seguradora e aplique uma taxa Ad Valorem (Frete Valor) para repassar o valor ao seu cliente.

Artigo feito por Humano
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Anderson Gandra

CEO da Gr Contábil com mais de 15 anos de atuação e mais de 20 milhões em tributos recuperados, Anderson é especialista em Planejamento Tributário. Um líder nato que tem como visão criar relacionamento e transparência no negócio.
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